O Conselho Regional do Colégio de Engenharia Agronómica da Região Sul levou a efeito, no passado dia 29 de novembro, mais uma edição das já tradicionais "Conversas à Volta do Vinho". Desta vez, a sessão foi dedicada aos vinhos do Litoral Alentejano, tendo como convidado o enólogo da Herdade do Cebolal, Luís Mota Capitão.
Em mais uma atividade com lotação esgotada, os participantes tiveram a oportunidade de ficar a conhecer um pouco melhor os vinhos oriundos do Litoral Alentejano, no caso concreto produzidos na Herdade do Cebolal (Santiago de Cacém), uma exploração vitivinícola de características familiares integrada nesta região, a curta distância do Oceano Atlântico, proximidade esta que muito influencia o clima da zona e que expressa nos vinhos aqui produzidos.
Na apresentação que realizou, o enólogo salientou precisamente ser este o aspecto determinante em todas as fases do processo de produção e fabrico do vinho na Herdade do Cebolal: utilização das técnicas e práticas culturais e tecnologias de adega, de certa forma minimalistas relativamente a utilização de inputs externos, por forma a permitir ao vinho expressar as características da zona (terroir).
Uma trajetória virada para a produção de vinhos diferentes, mais genuínos e com maior autenticidade.
Este desígnio exige um conhecimento aprofundado das caraterísticas do solo de cada parcela e do clima da região e a escolha das castas para conseguir criar o vinho idealizado, passando pelas técnicas de plantação, de tratamento da vinha, de rega, de vindima tradicional ou mecânica, da avaliação da uva (açúcar e acidez), do engaço, fermentação e filtragem a que este néctar é sujeito. Passando ainda pelas fases de envelhecimento em barricas de carvalho, para posterior engarrafamento e possível envelhecimento em garrafa.
Na prova que se seguiu, muito animada com interação dos participantes, foram provados vinhos brancos e tintos da Herdade do Cebolal, os quais foram sendo previamente apresentados pelo enólogo, que ia chamando a atenção para as diferentes características de cada um.
Particularmente interessante na prova de vinhos tintos a degustação de 2 vinhos com idêntica composição de castas, mas produzidos em parcelas diferentes da propriedade, uma com solos calcários e a outra com solos de xisto, das quais resultaram 2 vinhos muito diferentes como se pode constatar.
Um final de tarde agradável e proveitoso pela partilha de informação e conhecimento.
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